SOBRE O ARQUETIPO DA MULHER SELVAGEM...

Nesta página colocarei trechos de textos sobre o arquétipo da Mulher Selvagem que inspiraram meu trabalho com o Feminino e que leva o mesmo nome: Mulher Selvagem - Arquétipo Feminino por Natureza









"A mulher corajosa não tem medo de investigar o pior. Isso garantirá um aumento no poder de sua alma através das percepções e oportunidades dadas para reexaminar a sua vida e seu próprio eu. Neste tipo de exploração agrícola de sua psique, brilha a mulher selvagem. Não teme a escuridão mais escura porque , na verdade, ela pode ver no escuro".

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS









"Toda mulher parece uma árvore. Nas camadas mais profundas de sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das profundezas para cima, para nutrir suas folhas, flores e frutos.
Ninguém compreende de onde uma mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo quando são cortadas, tolhidas, retalhadas de suas raízes ainda nascem brotos que vão trazer tudo de volta à vida outra vez. 
Elas têm um pacto com essa fonte misteriosa que é a Natureza".

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS








" As questões da alma feminina não podem ser tratadas tentando-se esculpi-la de uma forma mais adequada a uma cultura inconsciente, nem é possível dobrá-la até que tenha um formato mais intelectual e aceitável para aqueles que alegam ser os únicos detentores do consciente. Não. Foi isso o que já provocou a transformação de milhões de mulheres que começaram como forças poderosas e naturais, em párias na sua própria cultura. Na verdade a meta deve ser a recuperação e o resgate da bela forma psíquica natural da mulher"

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS - MULHERES QUE CORREM COM LOBOS









Ética das mulheres sábias:

Mulheres sábias não vivem queixándo-se, elas geram mudanças.

Mulheres sábias são atrevidas.
Mulheres sábias são hábeis com as plantas.
Mulheres sábias confiam em sua intuição e respeitam a dos outros.
Mulheres sábias meditam diariamente e estão em contato com sua interioridade.
Mulheres sábias defendem firmemente aquilo que lhes interessa.
Mulheres sábias percebem seu caminho com o coração.
Mulheres sábias falam a verdade com compaixão.
Mulheres sábias escutam seu corpo.
Mulheres sábias improvisam e brincam.
Mulheres sábias não imploram.
Mulheres sábias riem juntas.
Mulheres sábias saboreiam a vida e a compartilham com simplicidade.

JEAN SHINODA  BOLEN - "Las brujas no se quejan"





Mujeres que correm com os Lobos...











"As mulheres desenharão portas onde não houver nenhuma. E elas as abrirão e passarão por essas portas para novos caminhos e novas vidas. Como a natureza selvagem persiste e triunfa, as mulheres persistem e triunfam. Aguarde. Confie. Faça sua parte. Você descobrirá seu próprio caminho".

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS - MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS











"O tema da ancestralidade ainda ferve em minhas veias. Minha voz não é minha voz, é a voz de minha ancestralidade. Ela está em mim  e me faz contar histórias. Histórias de meus antepassados, histórias do meu sangue e de minha alma....'Uma vez sonhei que estava contando histórias e sentia alguém dando tapinhas no meu pé para me incentivar. Olhei para baixo e vi que estava em pé nos ombros de uma velha que segurava meus tornozelos e sorria para mim. "Não, não, - disse-lhe eu. "Venha subir nos meus ombros, já que a senhora é velha e eu sou nova". "Nada disso", insistiu ela. "É assim que deve ser". Percebi que ela também estava em pé nos ombros de uma mulher ainda mais velha do que ela, que estava nos ombros de uma mulher usando manto, que estava nos ombros de outra criatura, que estava nos ombros...Acreditei no que disse a velha do sonho a respeito de como as coisas devem ser. A energia para contar histórias vem daquelas que já se foram. Contar ou ouvir histórias deriva sua energia de uma altíssima coluna de seres humanos interligados através do tempo e do espaço, sofisticadamente trajados com farrapos, mantos ou com a nudez de sua época e repletos a ponto de transbordarem de vida ainda sendo vivida. Se existe uma única fonte e um espírito das histórias ela está nessa longa corrente de seres humanos".


CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS - MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS







Procure ficar de pé.
Se não conseguir, procure não ficar no chão.
Se nem isso você conseguir, então,
erga seu coração aos céus
e como uma mendiga faminta peça
que ele seja  preenchido de amor.
E ele será.
Muita coisa se aprende no sofrimento.
Você pode ser derrubada,
você pode ser mantida no chão.
Mas ninguém, ninguém pode impedir
que você erga seu coração aos céus, 
exceto você!

Oração Basca







"Nos contos de fadas, as lágrimas transformam as pessoas, fazendo com que se lembrem do que é realmente importante e salvando sua própria alma. (...) Entre os sufis existe um ditado, ou melhor, uma oração, que pede à Deus que nos magoe: 'Dilacere meu coração para que se crie um novo espaço para o amor infinito"

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS






A diferença entre viver desde a alma e viver somente desde o ego, radica em três coisas: a habilidade de perceber e aprender novos modos, a persistência de atravessar caminhos turbulentos e a paciência de aprender o amor profundo com o tempo. 
Seria um erro pensar que precisa-se ser um herói durão para consegui-lo. Não é assim. 
Precisa-se, sim, um coração que esteja disposto a morrer e nascer e morrer e nascer uma e outra vez. 

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS - "MULHERES QUE CORREM COM LOBOS"






"Sempre que se conta um conto de fadas, a noite vem. Não importa o lugar, não importa a hora, não importa a estação do ano, o fato de uma história estar sendo contada, faz com que um céu estrelado e uma lua branca entrem sorrateiros pelo beiral e fiquem pairando acima da cabeça dos ouvintes". 

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS - "MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS"










"O termo selvagem, neste contexto, não é usado em seu atual sentido pejorativo, de algo fora do controle, mas, em seu sentido original, de viver uma vida natural, uma vida em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, MULHER e SELVAGEM, fazem com que as mulheres lembrem de quem são e do que representam. Elas criam uma imagem para descrever a força que sutenta todas as fêmeas. Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver"

CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS - MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS







A Mulher Selvagem e a Maternidade: 

"O selvagem torna todas as mulheres saudáveis. Sem o lado selvagem, a psicologia feminina fica desprovida de sentido (...)
O ato de parir, ou o simples domínio de saber que se é capaz de trazer um ser à vida, cria uma força imensa que catapulta as mulheres para uma dimensão divina. E, extasiadas diante do milagre, tentando reconhecer que fomos nós mesmas que o tornamos possível, nos direcionamos ao que é sublime. É uma experiência mística se nos permitirmos que assim seja. Voltando para o lado primitivo, nada mais animal e selvagem do que o parto em si e tudo que isso envolve. A senação, a dor, cuidar da cria (...)
A lactação é a continuação e o desenvolvimento de nossos aspectos mais terrenos, selvagens, diretos, filogenéticos. Para dar de mamar, as mulheres deveriam passar quase todo o tempo nuas, sem largar sua cria, imersas em um tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem a necessidade de se defender  de nada nem de ninguém, mas tão somente abstraídas em um espaço imaginário e invisível aos demais. Dar de mamar é isso. É deixar aflorar nossos recantos mais ancestralmente esquecidos e negados, nossos instintos animais que surgem sem que imaginemos que estavam aninhados em nosso âmago. Dar de mamar é se despojar das mentiras que nos contamos durante toda a vida sobre que somos ou deveriamos ser. É estarmos soltas, poderosas, famintas, como lobas, leõas, tigresas, cangurus ou gatas. Muito semelhante às mamíferas de outras espécies em seu total apego pelas crias, ignorando o resto da comunidade, mas atentas, milimetricamente, às necessidades do recém-nascido. Isto é tudo que se necessita para poder amamentar um filho. Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos (...) 
Apenas permissão para ser o que queremos, fazer o que queremos e nos deixar levar pela loucura do selvagem".

 LAURA GUTMAN - A MATERNIDADE E O ENCONTRO COM A PRÓPRIA SOMBRA













A psiquê e a alma da mulheres também têm seus próprios ciclos e estações de atividade e de solidão, de correr e de ficar, de se envolver e de se manter distante, de procura e de descanso, de criar e de incubar, de participar do mundo e de voltar ao canto da alma. 
Houve um tempo em que viviamos em harmonia com estes ciclos e estações ano após ano e eles vivam em nós. Eles nos acalmavam, faziam com que dançássemos, nos sacudiam, nos tranqüilizavam, faziam com que aprendêssemos instintivamente. É muito melhor que voltemos aos nossos pprios ciclos exclusivos e profundos, a todos eles, a qualquer um deles...

CLARISSA PINKOLA ESTÉS







Quando as mulheres ouvem estas palavras, mulher e selvagem, uma lembrança muito antiga é acionada, voltando a ter vida. Trata-se da lembrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas, na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta.Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela.
 MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS





Como uma trilha que atravessa a floresta e vai cada vez diminuindo mais até quando parece se reduzir a nada, a teoria psicológica tradicional esgota-se rápido demais para a mulher criativa, talentosa, profunda. A psicologia tradiconal é muitas vezes lacônica ou totalmente omissa quanto a questões mais profundas importantes para as mulheres: o aspecto arquetípico, o intuitivo, o sexual e o cíclico, as idades das mulheres, o jeito de ser mulher, a sabedoria da mulher, seu fogo criador... As questões da alma feminina não podem ser tratadas tentando-se esculpí-la de uma forma mais adequada a uma cultura inconsciente, nem é possível dobrá-la até que tenha um formato intelectual mais aceitável para aqueles que alegam ser os únicos detentores do consciente. Não. Foi isso o que já provocou a transformação de milhões de mulheres, que começaram como forças poderosas e naturais, em párias na sua própria cultura. Na verdade, a meta deve ser a recuperação e o resgate da bela forma psíquica natural da mulher.
MULHERES QUE CORREM COM LOBOS - CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS




"O corpo é um ser multilíngue. Ele fala através da cor e da temperatura, do rubor do reconhecimento, do brilho do amor, das cinzas da dor, do calor da excitação, da frieza da falta de convicção. Ele fala com o salto do coração, a queda do ânimo, o vazio no centro e com a esperança que crece".

MULHERES QUE CORREM COM LOBOS - CLARISSA PINKOLA ESTÉS


"As trilhas que estamos seguindo são aquelas do arquétipo da Mulher Selvagem, o Self instintivo inato. Chamo-a de Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam 'llamar o tocar a la puerta', a batida dos contos de fada à porta da pasique profunda da mulher. 'Llamar o tocar a la puerta' significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta. Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem. Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada, ela compreende as palavras mulher e selvagem intuitivamente".

MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - CLARISSA PINKOLA ESTÉS





"Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação com os seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem. 
No entanto, as duas espécies foram perseguidas e acossadas, sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor do que seus detratores. Foram alvo daqueles que preferiram arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psiquê,  erradicando o que fosse instintivo, sem deixar que dele restasse nenhum sinal. A atividade predadora contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente. Pois foi aí que o conceito do arquétipo da Mulher Selvagem primeiro se concretizou para mim: no estudo dos lobos."

MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - CLARISSA PINKOLA ESTÉS




"Dizem que tudo que buscamos, também nos busca e, se ficarmos quietos, o que buscamos também nos encontrará. Há algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chega, nada faça. Descanse. Você verá o que acontece enquanto isso."

"MULHERES QUE CORREM COM LOBOS" - CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS


"Obedecer a uma sistema de valores tão desprovido de vida provoca uma perda extrema de vínculo com a alma. 
Independente de quaisquer influências ou afiliações com grupos, nosso desafio em defesa da alma selvagem e do nosso espÍrito criador, consiste em não nos fundirmos com o coletivo, mas, em nos distinguirmos dos que nos cercam, construindo pontes até eles à nossa escolha. Nós vamos decidir quais pontes vão se solidificar e ter muito movimento, e quais permanecerão em esboço e vazias. E os grupos com os quais devemos nos relacionar serão aqueles que nos proporcionarem maior apoio à nossa alma e à vida criativa".


MULHERES QUE CORREM COM LOBOS-CLARISSA PINKOLA ESTÉS
 

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